A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (10) o relatório final da Operação “Vitória”, realizada em 12 de setembro em Birigui com o objetivo de desarticular um grupo suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas. A ação contou com equipes do Deinter-10 e do Deinter-5 e incluiu o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão em Birigui e em outras cidades da região.
Na ocasião, sete pessoas foram presas — entre mandados, flagrantes por tráfico e flagrantes por porte ilegal de arma. Drogas, eletrônicos, armas e cadernos de anotações também foram apreendidos.
As investigações tiveram início no começo do ano, após a descoberta de uma “casa bomba” no bairro Vitória. Em julho, quase 100 quilos de entorpecentes foram encontrados no local, o que permitiu aos agentes mapear a estrutura e o funcionamento da rede criminosa. O relatório aponta que, a partir dessa ocorrência, o trabalho avançou com depoimentos, análises telefônicas e apreensões.
Segundo o documento, perícias feitas em celulares, HDs e outros dispositivos recolhidos revelaram imagens, vídeos e conversas que mostram a divisão de funções entre os investigados, desde o armazenamento até a distribuição nos pontos de venda. Parte das informações foi extraída com uso de ferramenta de análise forense, que organizou centenas de mensagens ligadas ao tráfico.
O relatório também cita movimentações financeiras suspeitas identificadas durante a investigação, incluindo transferências via PIX. Esses indícios motivaram pedidos de quebra de sigilos bancário e fiscal, com apoio do laboratório estadual especializado em rastreamento de operações ilícitas.
O delegado Eduardo Lima de Paula, titular da Delegacia de Polícia do município, destacou que o grande volume de dispositivos eletrônicos apreendidos impossibilitou a conclusão de todas as perícias durante o período das prisões temporárias. Alguns laudos ainda estão em andamento, assim como análises complementares que podem esclarecer o grau de participação dos envolvidos.
O documento menciona ainda depoimentos contraditórios dados ao longo da investigação, incluindo a retificação de um relato por parte de uma das testemunhas, que afirmou ter sido coagida anteriormente. De acordo com o delegado, a mudança será examinada no processo, mas não compromete o conjunto de provas reunidas.
Com base nas evidências, os suspeitos foram indiciados por organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico. O relatório já foi encaminhado ao Ministério Público, que agora deve avaliar o oferecimento da denúncia.
A Polícia Civil afirma que as investigações prosseguem, com foco na finalização das perícias pendentes e na análise das movimentações financeiras consideradas essenciais para identificar a total extensão das atividades do grupo.
