Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

O dilema da taxa do lixo: entre o dever fiscal e a sobrevivência política

A política, em sua essência, é um jogo de equilíbrios delicados, e a Prefeita Samanta está prestes a enfrentar o tabuleiro mais hostil de sua gestão. A convocação de uma sessão extraordinária para o dia 18, com o objetivo de votar o Projeto de Lei 163/2025 — a impopular “Taxa do Lixo” —, coloca em xeque não apenas as finanças do município, mas o capital político de todo o seu grupo.

 

 

A Herança e o Peso do Sobrenome

 

A trajetória de Samanta ao Executivo não foi convencional. Eleita sob a sombra do impedimento judicial de seu pai, o ex-prefeito Borini — condenado por compra de votos —, ela assumiu o bônus da vitória, mas agora encara o ônus amargo da governabilidade. A imagem do “trio vitorioso” (Borini, Samanta e o Vice), que antes simbolizava a força da continuidade, hoje serve de vidraça para um projeto que o eleitorado claramente rejeita.

 

 

O Conflito: Legislação vs. Opinião Pública

Há um argumento técnico sólido por trás da proposta: o marco legal do saneamento básico exige que os municípios garantam a sustentabilidade financeira desses serviços. Ignorar a lei pode render à prefeita problemas jurídicos sérios e sanções administrativas. No entanto, a política não é feita apenas de planilhas.

 

  • O Eleitor: Não esperava que a “renovação” ou a “continuidade do legado” viesse acompanhada de mais boletos.
  • A Câmara: Os vereadores, que já rejeitaram esse projeto na legislatura passada, agora enfrentam o “desgaste fatal”. Votar a favor da taxa é, para muitos, assinar um atestado de impopularidade difícil de reverter em futuras urnas.

 

 

O Custo da “Pele” Política

 

A grande questão que paira sobre a sessão extraordinária do dia 18 não é apenas econômica, mas moral e estratégica: o que falará mais alto?

 

  1. A Responsabilidade Administrativa: Aprovar um projeto impopular para evitar sanções futuras ao município.
  2. A Sobrevivência Política: Rejeitar a taxa para “salvar a própria pele” e manter o apoio popular, mesmo que isso signifique asfixia financeira para a prefeitura.

 

O desgaste é rotineiro na vida pública, mas projetos como o PL 163/2025 são divisores de águas. Se a taxa passar, Samanta e seus aliados dividem o prejuízo da imagem perante o povo. Se cair, a gestão pode travar. No fim, o que se verá no dia 18 é um teste de fidelidade e coragem (ou medo) política. A população, que assistiu à ascensão da família ao poder após o escândalo de compra de votos do patriarca, agora observa atentamente se o preço dessa conta será, mais uma vez, pago pelo bolso do contribuinte.

Compartilhe em suas redes sociais:

WhatsApp