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Mãe de recém-nascido abandonado em Birigui é presa por tentativa de infanticídio

A Polícia Civil de Birigui (SP) prendeu em flagrante uma mulher de 34 anos acusada de abandonar seu filho recém-nascido dentro de uma caixa de papelão no bairro Colinas. A investigada será indiciada por tentativa de infanticídio, crime cometido pela mãe contra o próprio filho durante ou logo após o parto, sob influência do estado puerperal.

 

O bebê, encontrado por volta das 9h desta terça-feira (4), foi socorrido e encaminhado à maternidade da Santa Casa de Birigui, onde permanece em observação, mas apresenta bom estado de saúde. Ele recebeu inicialmente o nome de Miguel, dado pelos populares que o resgataram. A mãe também foi levada ao hospital e está sob escolta policial.

 

Depoimento e frieza da suspeita

 

O delegado Rodolfo Freschi Bertolo, responsável pelo flagrante, interrogou a mulher na Santa Casa. Segundo ele, a investigada afirmou que não queria a criança e que apenas seu filho mais velho, um menino de 11 anos, sabia da gravidez. A mulher vive sozinha com o garoto, que, segundo ela, não teria passado a noite em casa.

 

Ainda de acordo com o delegado, a mulher relatou que negou a gravidez durante toda a gestação e que, ao dar à luz na noite anterior, o bebê não chorou nem emitiu sons, o que a fez acreditar que ele estivesse morto. Por isso, enrolou a criança em um pano, colocou-a dentro de uma caixa de papelão e, por volta das 5h30, a deixou na rua. Questionada sobre a ausência de pré-natal, ela não deu nenhuma resposta.

 

“Ela se mostrou totalmente fria, não demonstrou arrependimento no primeiro momento. Por isso, encerrei a entrevista”, afirmou Bertolo.

 

Identificação e evidências

 

Desde o momento em que o bebê foi encontrado no lixo, a Polícia Militar iniciou diligências e recebeu informações de moradores sobre a possível identidade da mãe. Uma das pistas foi um tecido com pelos de cachorro encontrado no cordão umbilical da criança. Na casa da investigada, localizada a poucos metros do local onde o bebê foi abandonado, os policiais encontraram um tecido idêntico ao recolhido junto com o recém-nascido.

 

A perícia do Instituto de Criminalística esteve no local e coletou materiais que serão analisados. No banheiro da residência, também foram encontrados vestígios de sangue, confirmando que a mulher deu à luz no local.

 

Contradição no relato

 

Embora a mãe tenha alegado que o bebê nasceu sem emitir sons, a criança foi resgatada justamente porque chorou. O homem que a encontrou, ao passar pelo local por volta das 9h, ouviu o choro e, inicialmente, pensou que fosse um gato. Ao verificar, encontrou o recém-nascido dentro da caixa de papelão, envolto em folhas de árvores e resíduos, e com a caixa amarrada dentro de um saco plástico, junto a outros sacos de lixo.

 

A testemunha também relatou que, ao passar pelo mesmo cruzamento por volta das 7h, não havia lixo no local. Ele suspeita que os coletores possam ter retirado os sacos de uma área próxima e os deixado no cruzamento para facilitar a coleta pelo caminhão.

 

Próximos passos da investigação

 

O caso será conduzido pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A delegada responsável esteve na casa da investigada para acompanhar a perícia. A polícia agora busca esclarecer se o saco contendo o bebê foi manipulado pelos coletores antes de ser deixado na esquina, sem que eles soubessem do que se tratava.

 

A mulher segue internada sob custódia e, assim que receber alta, será encaminhada à delegacia para prestar novos depoimentos. Em seguida, ficará à disposição da Justiça para audiência de custódia.

 

Fonte: Trio – Agência de Notícias

Foto: Lázaro Jr.

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