O ex-deputado estadual Roque Barbiere recebeu a visita da Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (19) após uma denúncia apontar que ele poderia estar mantendo armas de fogo de forma irregular.
Segundo apurado, Barbiere era CAC (Caçador, Atirador Desportivo e Colecionador), porém teve o CR (Certificado de Registro) cassado pelo Exército. A Polícia Civil de Birigui foi comunicada por meio de um ofício enviado pelo Comando da 2ª Região Militar do Exército Brasileiro, inicialmente encaminhado ao 36º Distrito Policial de São Paulo, na Vila Mariana. O documento, datado de 15 de agosto, chegou à Polícia Civil de Birigui no dia 29 de outubro.
No ofício, o Exército informava que, mesmo após a cassação do CR, Barbiere não havia comprovado a entrega de seu acervo de armas à Polícia Federal. Entre os itens listados estavam espingardas, carabina, pistolas e revólveres — alguns de calibre permitido e outros de calibre restrito. Como havia informação de que o ex-parlamentar residia em um condomínio de Birigui, a Justiça autorizou o mandado de busca no endereço.
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Mandado de busca
A equipe comandada pelo delegado Eduardo Lima de Paula foi ao condomínio logo no início da manhã. Barbiere recebeu os policiais e, ao ser informado sobre o mandado, explicou que havia cumprido a determinação do Exército para entregar as armas.
De acordo com o relato apresentado à polícia, seis armas foram entregues no Posto de Entrega da Delegacia da Polícia Federal em Araçatuba no dia 22 de agosto. Uma sétima arma foi entregue em 5 de setembro. O acervo incluía duas espingardas calibre 12, uma carabina/fuzil calibre 38, duas pistolas e dois revólveres.
Barbiere também apresentou a foto de um ofício datado de 18 de setembro, no qual o Comando da 2ª Região Militar confirma que as sete armas haviam sido encaminhadas para destruição na Campanha Nacional do Desarmamento.
Com a comprovação de que ele não mantinha armas irregularmente, os policiais não chegaram a entrar no imóvel e deixaram o local.
Investigação em andamento
Em 1º de setembro de 2022, quando ainda ocupava o cargo de deputado estadual, Barbiere foi acusado de disparar uma arma de fogo dentro do diretório do PSDB em São Paulo. Na ocasião, a imprensa noticiou que o tiro teria atingido uma foto do então secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.
A reportagem procurou o Tribunal de Justiça de São Paulo para confirmar se o caso tem relação com a cassação do CR. Em nota, o TJ informou que o episódio é tratado em inquérito policial e, por estar nessa fase, os documentos são restritos às partes e advogados.
A Secretaria de Segurança Pública também informou que o caso é investigado pelo 78º Distrito Policial (Jardins) e segue em andamento, com diligências, oitivas e respostas a ofícios ainda pendentes. Após a conclusão, o inquérito será relatado e encaminhado à Justiça.
