Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar foram acionadas na manhã desta sexta-feira (21) após um incêndio atingir parte do canteiro de obras de um conjunto de casas populares no bairro Portal da Pérola 2, em Birigui. As chamas atingiram uma área utilizada para armazenar materiais hidráulicos e destruíram paletes e um contêiner com ferramentas.
Informações preliminares apontam que entre cinco e seis trabalhadores terceirizados estariam insatisfeitos com a empresa responsável pelos seus contratos. Eles afirmam que foram contratados há cerca de três meses por uma firma de Ribeirão Preto, mas que o salário referente ao mês de outubro não foi pago. Desde então, estariam vivendo em um alojamento mantido pela construtora principal, já que a terceirizada não estaria arcando com hospedagem ou despesas básicas.
Revoltados com a situação, alguns funcionários teriam ateado fogo em paletes dentro do canteiro de obras. Durante o atendimento da ocorrência, a Polícia Militar flagrou um trabalhador de 31 anos arremessando mais materiais sobre as chamas, intensificando o incêndio. Ele foi detido e encaminhado à delegacia.
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Segundo os trabalhadores, apenas o primeiro mês de serviço foi pago. “Fizemos reunião com o sindicato e nos ofereceram só a passagem e R$ 100 para voltarmos a Ribeirão Preto atrás da empresa. Estamos morando de favor no alojamento porque a terceirizada sumiu. Tenho pensão atrasada, minha mãe está doente e eu não consigo mandar dinheiro para ajudar”, relatou um dos operários. Outro afirmou: “Viemos do Maranhão e do Piauí para trabalhar, e ficar sem receber, sem resposta e vendo nosso amigo ser detido é muito constrangedor. Todos temos família dependendo desse pagamento.”
Um responsável pela obra informou que a empresa que deve os salários é a terceirizada de Ribeirão Preto, contratante direta dos trabalhadores. Segundo ele, um advogado da empresa principal está acompanhando o caso, que deverá ser registrado oficialmente na delegacia.
A perícia do Instituto de Criminalística (IC) esteve no local e realizou levantamentos. Ainda não há balanço oficial dos prejuízos, mas parte da área destinada ao armazenamento de materiais hidráulicos foi destruída.
O Pô Birigui reforça que está à disposição para divulgar quaisquer esclarecimentos das empresas envolvidas, garantindo sempre um espaço aberto, transparente e independente para manifestações oficiais.
Fonte: Birigui Notícias da Hora