A Polícia Civil de Araçatuba (SP) concluiu o inquérito que apura a morte de Thaís Bonatti de Andrade, de 30 anos, atropelada em 24 de julho, na avenida João Arruda Brasil, nas proximidades da rotatória da Cobrac. O caso teve grande repercussão na cidade.
De acordo com o delegado Guilherme Melchior Valera, responsável pela investigação, o juiz aposentado que conduzia a caminhonete foi indiciado por homicídio culposo na direção de veículo automotor, agravado por estar sob efeito de álcool. A passageira do veículo também foi indiciada pelo mesmo crime.
Segundo o delegado, a mulher teria concorrido para o atropelamento, uma vez que sentou-se no colo do condutor enquanto o veículo estava em movimento. Com o encerramento do inquérito, o caso foi remetido à Justiça e ao Ministério Público, que decidirá se oferece ou não denúncia contra os dois. Caso a denúncia seja aceita, ambos se tornarão réus, mas não serão julgados pelo Tribunal do Júri, já que o crime é considerado culposo — ou seja, sem intenção de matar.
O acidente
Conforme apurado pela investigação, o casal havia passado a noite anterior em uma casa noturna e o atropelamento ocorreu por volta das 11h do dia seguinte, em uma via de intenso movimento. Antes do acidente, a caminhonete já havia sido vista trafegando na contramão em outra rua.
Thaís seguia de bicicleta para o trabalho quando passou pela caminhonete, que estava parada no meio da via, em frente a um depósito do supermercado Rondon. Após a ciclista ultrapassar o veículo, o motorista voltou a se mover e acabou passando sobre a bicicleta e a vítima, parando alguns metros à frente.
Testemunhas relataram que a passageira estava sentada no colo do condutor e que estaria seminua no momento do acidente. Após o atropelamento, os dois foram conduzidos à Delegacia Seccional, onde o juiz recusou-se a realizar o teste do bafômetro.
Versões dos envolvidos
Em depoimento, a passageira afirmou que o juiz aposentado teria pedido para que ela assumisse a direção do veículo, pois não se sentia bem. Disse ainda que os dois haviam deixado a casa noturna onde ela trabalhava e seguiam para sua residência. Segundo sua versão, o atropelamento teria ocorrido durante a troca de lugares, com o veículo ainda em movimento.
Ela alegou que o juiz não teria visto Thaís e, ao tentar alertá-lo, ele acelerou e perdeu o controle, atingindo a ciclista. A mulher negou, porém, estar no colo do condutor e afirmou que vestia saia e top, negando estar seminua.
O juiz aposentado, por sua vez, negou ter pedido a troca de lugar com a passageira. Disse ter ingerido apenas duas cervejas durante as aproximadamente 10 horas que passou na casa noturna — versão confirmada pelo proprietário do local.
Fonte/Foto: Trio Notícias