Três pessoas foram presas no último fim de semana em Monte Alto (SP) sob suspeita de realizarem coleta clandestina de sangue de gatos, em um caso investigado como abuso contra animais. Entre os detidos está um estudante de veterinária.
As investigações apontam que o grupo pagava R$ 50 a quem disponibilizasse os animais para as coletas. Há suspeita de que o material coletado seria enviado a uma clínica regularizada em outra cidade. Segundo autoridades, as coletas eram feitas em condições insalubres. Um dos gatos resgatados foi diagnosticado com Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV), equivalente à Aids em humanos, sem cura.
Como o caso veio à tona
O esquema foi descoberto a partir de um anúncio nas redes sociais, oferecendo R$ 50 por gato para coleta de sangue. A Guarda Civil Municipal foi acionada e encontrou o endereço indicado pelos suspeitos, uma residência em condições precárias e sem a presença de médico veterinário.
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O que foi encontrado
No local, os agentes encontraram cinco pessoas, alguns manuseando equipamentos veterinários, e seis gatos desacordados. Foram apreendidos seringas e frascos de sangue. Um dos gatos estava infectado com FIV, que pode ser transmitida a outros felinos.
Prisões e investigação
Foram presos Cleiton Fernando Torres, estudante de veterinária de 37 anos, Sandra Regina de Oliveira, aposentada de 50 anos, e Angela Aparecida Alves Ribeiro, empregada doméstica de 42 anos. Todos foram levados à Cadeia Pública de Pradópolis (SP), mas apenas Cleiton permaneceu detido após audiência de custódia.
Outros dois suspeitos, Everton Leite Silva e Jose Luiz de Lima, seguem sob investigação. Todos respondem por abuso contra animais, conforme previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98).
Linha de investigação
A polícia investiga se o sangue coletado seria destinado a uma clínica específica e busca identificar outros envolvidos no esquema. Segundo o delegado Marcelo Lourenço dos Santos, a apuração continua para esclarecer toda a rede criminosa.
Versão dos suspeitos
Os investigados afirmam que trabalhavam como freelancers para uma clínica veterinária de São José do Rio Preto, fornecendo sangue de gatos para fins terapêuticos. Cleiton disse que coordenava os procedimentos, recebendo diária de R$ 300, enquanto Everton e Jose atuavam como auxiliares, recebendo R$ 100 cada.
Angela, proprietária da casa, afirmou que permitiu a coleta de sangue acreditando que estaria ajudando outros gatos que precisariam de doações, sem receber dinheiro. A clínica citada, Hemoser, informou que bancos de sangue veterinários não são ilegais e não causam maus-tratos aos animais doadores.
A investigação segue para confirmar se houve abuso e identificar todos os envolvidos.
Fonte: G1