A Rússia manifestou, nesta segunda-feira (1º), “total apoio” à Venezuela diante da crescente crise com os Estados Unidos, que enviaram navios de guerra para próximo da costa venezuelana sob a justificativa de combater o narcotráfico.
Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que Moscou mantém solidariedade irrestrita ao governo de Nicolás Maduro na defesa da soberania nacional. O texto também rejeita “o uso de instrumentos de pressão política e militar sobre Estados independentes”.
Durante encontro em Moscou, o diplomata venezuelano Jesús Salazar Velásquez destacou os esforços de Caracas para manter a estabilidade interna frente às “crescentes ameaças externas”. A reunião com o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Ryabkov Sergey Alekseevich, tratou ainda de ampliar a cooperação bilateral e reforçar a parceria estratégica entre os dois países.
Escalada militar
As tensões aumentaram após Washington anunciar o envio de três navios de guerra equipados com mísseis guiados, transportando mais de 4 mil militares. Segundo a Casa Branca, a ação faz parte de uma ofensiva contra cartéis de drogas supostamente ligados ao governo venezuelano. A porta-voz Karoline Leavitt declarou que o então presidente Donald Trump pretendia usar “todo o poder” dos EUA contra o narcotráfico no continente.
Em resposta, o governo Maduro convocou 4,5 milhões de milicianos, reforçou a presença de tropas na fronteira com a Colômbia e intensificou patrulhas navais e aéreas na região costeira.
Histórico de cooperação
Rússia e Venezuela já mantêm acordos estratégicos anteriores em áreas como combate ao terrorismo, controle de armas e cooperação para uso pacífico de tecnologias militares. Para Maduro, fortalecer parcerias internacionais é essencial para conter a ameaça representada pela presença militar norte-americana na região.
Um dos navios enviados pelos EUA, o USS Minneapolis-Saint Paul (LCS 21), já havia participado recentemente da apreensão de drogas no Caribe, o que reforça a justificativa de Washington para a operação.