O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi aconselhado pela defesa a não comparecer pessoalmente ao próprio julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), cuja fase final começa nesta terça-feira (2/9). A orientação dos advogados se baseia na avaliação de que a ida ao tribunal não seria positiva para o ex-presidente.
Apesar da recomendação, Bolsonaro ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a presença. Pessoas próximas afirmam que ele ainda cogita comparecer. Para isso, precisaria solicitar autorização ao STF, já que cumpre prisão domiciliar desde o mês passado, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Até a manhã desta segunda-feira (1º/9), nenhum pedido formal havia sido apresentado, e a defesa não se pronunciou sobre o tema.
Sobre o julgamento
Bolsonaro será julgado junto com aliados por suposta participação em uma trama golpista para impedir o governo de Lula (PT). A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o ex-presidente de pelo menos seis crimes, entre eles:
- organização criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência;
- grave ameaça contra o patrimônio da União.
O julgamento terá início com a abertura da sessão pelo presidente da Primeira Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, seguida pela apresentação do resumo do caso pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. Depois, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para sustentar a acusação. A defesa de Bolsonaro, por sua vez, apresentará sua argumentação na sequência. O processo deve se estender até o final da semana.
Horários do julgamento:
- 2/9 (terça) – 9h às 12h / 14h às 19h
- 3/9 (quarta) – 9h às 12h
- 9/9 (terça) – 9h às 12h / 14h às 19h
- 10/9 (quarta) – 9h às 12h
- 12/9 (sexta) – 9h às 12h / 14h às 19h
Mobilizações para 7 de setembro
Enquanto Bolsonaro decide sobre sua presença no tribunal, aliados intensificam convocações nas redes sociais para o 7 de setembro, buscando reunir grande público e demonstrar “pressão popular” em prol de pautas da direita, como o movimento “Anistia Já”.
Ao mesmo tempo, grupos ligados à esquerda também convocam manifestações pelo país, com temas como “Brasil soberano” e “O Brasil é dos brasileiros”, contra a anistia e em defesa de pautas progressistas.