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Humanoides com Autonomia e Inteligência: O Início da Era em que Máquinas se Alimentam Sozinhas

Por Cássio Betine

 

Imagine caminhar por um hospital e ser recebido por um robô que não apenas entende o que você diz, mas também reconhece sua expressão facial e responde com empatia. Ou entrar em uma fábrica onde robôs humanoides trabalham lado a lado com humanos, carregando peças, inspecionando soldas e até tomando decisões autônomas. Essa cena, que há pouco tempo parecia coisa de ficção científica, está se tornando cada vez mais real.

 

O desenvolvimento de robôs humanoides está em uma fase acelerada e, digamos,  fascinante. Empresas como Tesla, Boston Dynamics, Figure AI e UBTech estão liderando essa corrida tecnológica com apostas cada vez mais curiosas e ousadas, outras, um tanto quanto assustadoras.

 

O projeto Optimus Gen 3, da Tesla, já é capaz de dobrar roupas, caminhar com agilidade e manipular objetos frágeis como ovos sem quebrá-los. Já o Atlas, da Boston Dynamics, impressiona com movimentos acrobáticos e equilíbrio dinâmico, sendo usado em operações de resgate e ambientes industriais complexos. Esses robôs estão sendo aplicados em setores variados: fábricas da BMW, Mercedes-Benz e Hyundai já os utilizam para tarefas repetitivas e logísticas como transporte de peças e inspeção de qualidade; hospitais contam com robôs como o Robear para auxiliar enfermeiros a levantar pacientes, enquanto o Moxie atua como terapeuta para crianças com autismo.

 

A NASA também participa desse movimento, testando o robô Valkyrie para futuras missões em Marte, onde poderá realizar reparos em painéis solares e equipamentos. O  varejo não ficou de fora, robôs como Pepper e Ameca já estão presentes em atendimento ao público, interagindo com naturalidade e reconhecendo emoções humanas.

 

Mas o que torna esses robôs tão sofisticados? Na verdade, trata-se de uma combinação de várias tecnologias de ponta. Muitos deles utilizam inteligência artificial generativa, como modelos de linguagem semelhantes ao GPT-4, que possibilitam entender comandos vagos e tomar decisões complexas, como organizar uma cozinha, por exemplo. Além disso, possuem sensores multimodais — entre eles LiDAR 4D para navegação em tempo real, pele artificial com sensores de pressão, câmeras 3D e microfones binaurais que permitem percepção ambiental avançada. Seus atuadores eletromecânicos oferecem até 40 graus de liberdade, o que garante movimentos precisos e delicados.

 

Mas um dos avanços mais impressionantes vem do outro lado do mundo. Cientistas chineses acabam de apresentar o Walker S2, o primeiro robô humanoide do mundo capaz de trocar suas próprias baterias sem qualquer intervenção humana. Isso mesmo, ele caminha até uma estação de recarga, remove a bateria descarregada de suas costas e instala uma nova em apenas três minutos. E mais: o robô é capaz de decidir se troca a bateria ou alterna para uma reserva interna, dependendo da tarefa que vai executar. Isso significa que esses robôs podem operar 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem pausas. A China, aliás, vem se consolidando como uma potência global em robótica. De acordo com instituições como Moody’s e Morgan Stanley, o país combina inteligência artificial avançada com produção em larga escala e baixo custo, e já abriga metade das empresas que fabricam robôs humanoides no mundo. A previsão é que o mercado chinês movimente cerca de 58 bilhões de reais até 2029.

 

Pelo andar da carruagem, além de se “alimentar” sozinhos, talvez seja uma questão de tempo para se regenerarem sem precisar de ninguém para fazer isso.

 

E quanto tempo falta para vermos esses robôs circulando entre nós, realizando tarefas antes inimagináveis? Algumas estimativas apontam que até 2035 haverá cerca de 13 milhões de robôs humanoides em operação no mundo, atuando em casas, fábricas, hospitais e até em missões espaciais. E até 2050, esse número pode ultrapassar 1 bilhão — o que significaria quase um robô para cada 10 humanos.

 

Claro que ainda existem vários desafios, como custo, segurança, aceitação social e regulamentação etc. Mas com o ritmo atual de inovação, é bastante plausível imaginar que, dentro de uma década, robôs humanoides estejam cozinhando, limpando, cuidando de idosos, ensinando crianças e até criando arte. A revolução silenciosa já começou — e ela tem olhos, braços, pernas e inteligência própria.

 

Se estamos mesmo diante de um futuro onde robôs andarão entre nós — e tudo indica que sim — vale pensar: que parte da sua humanidade você estaria disposto a terceirizar para uma máquina, sem hesitar?

 

Foto: Reprodução/Print – YouTube/UBTech Robotics

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