Uma médica veterinária de Araçatuba foi condenada a 3 anos e 8 meses de prisão por envolvimento em um golpe milionário que causou um prejuízo de mais de R$ 1,3 milhão a uma instituição bancária. Ela é acusada de ter ajudado o marido, agropecuarista, a fraudar a obtenção de créditos rurais e pessoais usando os nomes da ex-empregada doméstica do casal e do filho dela.
A condenação foi decidida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), após recurso do Ministério Público que solicitava o aumento da pena. A pena de prisão em regime inicial aberto foi substituída pelo pagamento de uma multa equivalente a 50 salários mínimos, totalizando R$ 75.900.
O golpe
Segundo o Ministério Público, os crimes aconteceram em setembro de 2015. O casal teria usado dados da ex-funcionária, que trabalhou com eles por vários anos, e também do filho dela, para abrir contas bancárias e contratar financiamentos falsificando informações como renda, profissão e endereço.
As vítimas foram convencidas a assinar os documentos com o pretexto de que serviriam apenas como testemunhas em uma suposta negociação de imóvel. Com isso, o casal conseguiu aprovar dois financiamentos rurais e dois créditos pessoais, totalizando mais de R$ 1,3 milhão.
Os valores foram depositados nas contas abertas em nome das vítimas e, em seguida, transferidos para contas do agropecuarista, configurando o golpe. O banco só descobriu a fraude quando as parcelas deixaram de ser pagas, e as vítimas alegaram nunca terem solicitado os empréstimos.
Condenação
Durante o processo, a veterinária confirmou que as contas foram abertas em nome da ex-funcionária e do filho dela, mas negou ter solicitado assinaturas ou conhecimento das dívidas. Apesar disso, ela foi considerada culpada por estelionato, com base nos depoimentos das vítimas e de funcionários do banco.
Na decisão, a Justiça destacou que a médica assinou os contratos como avalista e se beneficiou diretamente da fraude, além de ter vínculos pessoais e econômicos com o marido, o principal articulador do esquema.
Inicialmente, ela foi condenada a 2 anos e 7 meses de prisão, substituída por pagamento às vítimas. Após recurso, a pena foi aumentada para 3 anos e 8 meses, e a multa reduzida.
Marido foragido agora responde em liberdade
O agropecuarista, marido da veterinária, também foi denunciado por 24 crimes de falsidade ideológica e 4 de estelionato, mas ainda não foi julgado. Ele chegou a ter prisão preventiva decretada e ficou foragido, até conseguir um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Agora, ele responde em liberdade, cumprindo medidas cautelares, e o processo segue para julgamento em primeira instância.
De acordo com o Ministério Público, o réu teria se ocultado para frustrar a Justiça. Durante as investigações, chegou a marcar encontros simulando negociação de fazendas, mas não compareceu. Também foi procurado na clínica da esposa, mas funcionários afirmaram que ele não aparecia há anos.
Fonte: Hoje Mais
Imagem gerada por IA.