Uma mãe de Birigui viveu momentos de angústia ao perceber que algo estava errado com o comportamento do filho, de apenas 4 anos. Segundo ela, desde março o menino vinha demonstrando sinais de sofrimento: ficou mais agressivo com a família e colegas, passou a chorar com frequência e já não queria mais ir para a escola.
O que parecia ser apenas uma fase difícil se revelou algo muito mais grave. O menino contou que estava sendo agredido por uma funcionária da creche, que teria usado um chinelo para bater nele, inclusive dentro do banheiro da unidade.
“Ele começou a mudar, ficou agressivo, se debatendo, tentando fugir. Quando contou que tinha apanhado no banheiro com um chinelo, meu mundo desabou”, relatou a mãe à TV TEM.
Segundo ela, a funcionária ainda tentava ganhar a confiança da criança com presentes, como relógios e chinelos, além de ameaçá-lo para que não contasse nada aos pais.
“Ela disse que se ele contasse, o marido dela bateria no pai dele. Isso é revoltante. Hoje meu filho tem medo, não quer mais ir à creche. E eu não quero Justiça só por ele, mas por todos os amiguinhos que podem ter passado pelo mesmo.”
A Prefeitura de Birigui confirmou que abriu uma sindicância administrativa para apurar os fatos no Centro Educacional Infantil “Dionísia Miragaia Carmine”. A funcionária denunciada foi afastada imediatamente de suas funções e está proibida de ter qualquer contato com as vítimas.
A Polícia Civil também investiga o caso. Um boletim de ocorrência foi registrado no dia 24 de junho. De acordo com a apuração, além das agressões com chinelo, há relatos de que as crianças eram colocadas sob o chuveiro com água fria, vestidas, como forma de punição. Brinquedos também teriam sido usados para tentar silenciar os pequenos.
Ainda não se sabe quantas crianças foram vítimas de violência.
O advogado de defesa da funcionária, Elber Carvalho, afirmou que sua cliente foi surpreendida com a decisão judicial de afastamento e nega todas as acusações.
“Ela é uma excelente educadora. A defesa acredita que a inocência dela será provada”, declarou o advogado.
A mãe da criança, visivelmente abalada, desabafou:
“A gente se sente culpada por não ter percebido antes. Como mãe, é muito doloroso deixar seu filho num lugar que você achava seguro e descobrir que ele estava sendo violado.”
A comunidade agora espera por justiça e providências firmes para garantir que casos como esse nunca mais voltem a acontecer.
Fonte: G1