A Santa Casa de Birigui teve mais de R$ 710 mil bloqueados em suas contas bancárias pela Justiça devido a ações cíveis e trabalhistas. Segundo a nova diretoria do hospital, o valor total bloqueado desde janeiro de 2023 é de R$ 713.465,13.
Esse montante poderia ser usado para pagar compromissos financeiros, como os R$ 539 mil devidos a prestadores de serviços. Atualmente, o hospital acumula uma dívida total de R$ 1,8 milhão, que inclui impostos sobre a folha de pagamento e plantões médicos referentes a dezembro de 2024 e janeiro de 2025.
A equipe jurídica da Santa Casa tentará o desbloqueio das contas para utilizar os recursos disponíveis, que incluem valores da campanha “Água da Vida”, ICMS, repasses da Prefeitura e recursos próprios.
Impactos da Operação Raio-X
De acordo com o interventor Fernando Gonçalves Silva, os bloqueios são reflexos da Operação Raio-X, deflagrada em setembro de 2020 para investigar desvios de recursos públicos na área da saúde por meio de contratos com Organizações Sociais de Saúde (OSS).
“O CNPJ matriz da Santa Casa foi comprometido pela operação policial. Como resultado, ações judiciais contra a matriz e suas filiais levaram ao bloqueio das contas, e qualquer valor que entra nelas é automaticamente bloqueado”, explicou Silva.
Crescimento da dívida
O decreto municipal nº 7.705/2025, que prorrogou a intervenção na Santa Casa, aponta que a dívida total do hospital aumentou de R$ 46,2 milhões, em fevereiro de 2022, para R$ 58,9 milhões em dezembro de 2024 – um crescimento de 27,39%.
Em 2023, o déficit da instituição foi de R$ 17,2 milhões, resultado exclusivo das operações do hospital. O decreto também revela uma dívida vencida de R$ 6,3 milhões com fornecedores e cerca de 600 processos judiciais em andamento, incluindo ações cíveis, trabalhistas e junto aos Tribunais de Contas.
Esse cenário compromete a operacionalidade diária do hospital e aumenta os bloqueios e penhoras judiciais, agravando ainda mais a crise financeira da instituição.