O prefeito de Birigui, Leandro Maffeis (Republicanos), nomeou Miguel Buzahr Neto como o novo interventor da Santa Casa de Birigui, em decreto publicado na quinta-feira (22). Até então, o cargo vinha sendo ocupado pelo próprio prefeito desde o início de maio. Para assumir a intervenção, Buzahr Neto foi exonerado de seu posto anterior como diretor de Controle de Epidemias e Endemias do município.
A nomeação de Buzahr Neto ocorre em um contexto marcado por mudanças administrativas e políticas na cidade. No final de maio, após a segunda cassação do mandato de Maffeis pela Câmara Municipal, o presidente da Câmara, André Fermino (PP), assumiu interinamente a Prefeitura e exonerou 16 ocupantes de cargos comissionados, incluindo o próprio Buzahr Neto. Segundo Fermino, o agora interventor seria pai da namorada do filho de Maffeis. No entanto, ao retornar ao cargo no dia seguinte, o prefeito reconduziu todos os exonerados às suas funções.
A troca de interventores na Santa Casa não é inédita. Em abril deste ano, após sua primeira cassação, Maffeis exonerou Alex Brasileiro, pessoa de sua confiança e responsável pela campanha eleitoral que o elegeu, do cargo de interventor, nomeando-se a si próprio para a função. Com o retorno ao cargo, a nomeação de Buzahr Neto visa a continuidade da intervenção, agora com foco no recebimento de verbas estaduais por meio da Tabela SUS Paulista.
Em nota, a Prefeitura de Birigui justificou a escolha do novo interventor com base em critérios técnicos, destacando a formação de Buzahr Neto na área da saúde e sua atuação à frente da Diretoria de Endemias. Além disso, o decreto de nomeação ressalta que a medida é necessária para garantir o apoio financeiro da Tabela SUS Paulista, essencial para a Santa Casa. A intervenção no hospital foi prorrogada em 7 de agosto de 2024, e a regularização da documentação do interventor é crucial para o recebimento dessas verbas.
O Departamento Regional de Saúde (DRS-2) de Araçatuba já havia solicitado a complementação de documentos referentes ao interventor da Santa Casa, alertando que o não cumprimento dessas exigências poderia resultar na perda do apoio financeiro. O recurso proveniente da Tabela SUS Paulista, 100% financiado pelo Tesouro Estadual, busca corrigir uma defasagem de 20 anos sem atualização na tabela federal, essencial para a manutenção dos serviços de saúde prestados pela entidade.