Uma sessão aparentemente rotineira na noite desta segunda-feira (14) na Câmara Municipal de Araçatuba (SP) tomou um rumo caótico, deixando a Casa em meio a uma grande confusão. Os parlamentares, por maioria de votos, rejeitaram um projeto que buscava garantir vagas especiais de estacionamento para pessoas em tratamento de câncer e doenças renais nas proximidades da Santa Casa local.
A proposta foi apresentada pelo vereador Arlindo Araújo (MDB), que expressou profunda revolta com a decisão dos colegas. A situação escalou quando o vereador Nelsinho Bombeiro (PV) questionou a autoria do projeto, alegando que o texto havia sido copiado e colado. Em resposta, Arlindo Araújo atirou um objeto que se acredita ser um frasco de álcool em direção ao parlamentar, resultando em um tumulto que precisou ser contido.
O projeto que gerou a polêmica tratava dos direitos das pessoas com mobilidade reduzida na cidade e tinha como objetivo estender às pessoas em tratamento de câncer ou doenças renais graves os mesmos privilégios concedidos por lei às pessoas com deficiência. Surpreendentemente, a votação ocorreu sem discussões, em contraste com os projetos anteriores que foram aprovados sem problemas.
Arlindo Araújo explicou que seu objetivo era oferecer oportunidades para pacientes em tratamento oncológico e de hemodiálise, facilitando o acesso ao estacionamento próximo à Santa Casa. Expressando sua decepção, o vereador criticou a falta de sensibilidade e empatia por parte dos colegas, comparando a Câmara Municipal de Araçatuba a seres mitológicos do tártaro, em referência à mitologia grega.
Em um momento de intensa exasperação, Arlindo desafiou os colegas a se enfrentarem fora da Câmara, deixando claro seu descontentamento com a decisão. A reação dos vereadores evangélicos, que frequentemente usam referências religiosas em seus discursos, foi destacada, acusando-os de rejeitar uma proposta que beneficiaria pacientes doentes.
O vereador Nelsinho Bombeiro, único parlamentar a explicar seu voto contrário ao projeto, justificou que a legislação federal já garantiria os direitos propostos pelo projeto, e destacou a falta de diálogo por parte de Arlindo Araújo. Diante da confusão, Nelsinho mencionou sua intenção de buscar soluções legais para a situação.
Após o tumulto, a sessão foi encerrada, deixando um clima de tensão na Câmara Municipal de Araçatuba. A rejeição do projeto e a subsequente confusão ressaltam a importância dos debates e da busca por soluções que beneficiem a comunidade, especialmente em questões de saúde e mobilidade.