A Polícia Civil de Birigui, no interior de São Paulo, efetuou a prisão em flagrante de um homem de 35 anos, residente em Coroados, sob a acusação de armazenar e distribuir pornografia infantil por meio do aplicativo de mensagens Telegram. Além disso, as autoridades estão investigando a possibilidade de estupro de vulnerável, devido a indícios de que o suspeito teria recebido dinheiro para praticar atos sexuais com uma criança.
O flagrante ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, emitido pela 2ª Vara Criminal de Birigui, na última quarta-feira (23), mas o caso só foi divulgado nesta sexta-feira (25). A investigação teve início quando a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Ribeirão Preto tomou conhecimento de um boletim de ocorrência relatando a clonagem da conta de Telegram de uma vítima no primeiro semestre de 2022.
Após análises, a polícia descobriu que o invasor dessa conta estava compartilhando arquivos digitais contendo pornografia envolvendo crianças e adolescentes, incluindo imagens de um indivíduo alegadamente praticando atos sexuais com sua própria filha de sete anos. O acusado também participava de grupos no Telegram, onde oferecia a criança para atividades sexuais, alegando ter um fetiche em assistir tais atos.
A DDM de Birigui entrou no caso porque identificou que um dos indivíduos que contatou o suspeito envolvido na produção e distribuição desses conteúdos residia na cidade em 2020. O delegado responsável pelo inquérito iniciou a investigação em agosto do ano passado, obtendo autorização para a quebra do sigilo telemático do acusado. O inquérito foi concluído em outubro com indícios de sua culpa, mas ele havia se mudado da área de jurisdição do Departamento de Polícia Judiciária de Araçatuba.
Recentemente, o Setor de Investigação da DDM de Birigui obteve informações sobre o paradeiro do acusado e solicitou um novo mandado de busca e apreensão para seu endereço em Coroados. Durante o cumprimento, vários dispositivos de armazenamento digital foram apreendidos. Uma análise inicial revelou várias imagens e vídeos pornográficos envolvendo crianças e adolescentes, incluindo atos sexuais explícitos.
Os equipamentos foram encaminhados ao Instituto de Criminalística para perícia, e a polícia suspeita que o acusado não apenas armazenava essas imagens, mas também organizava, oferecia, trocava e disponibilizava arquivos de pedofilia via Telegram. Além disso, existem indícios de que ele possa ser indiciado por estupro de vulnerável, uma vez que teria recebido valores via Pix para praticar atos sexuais com crianças, com mensagens encontradas que indicam o uso de substâncias para “preparar” as vítimas.
O acusado foi apresentado à DDM de Birigui e sua prisão em flagrante foi convertida em preventiva durante a audiência de custódia, o que significa que ele permanecerá detido por tempo indeterminado. Inicialmente, ele será acusado de violar os artigos 241-A e 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que tratam do oferecimento, disponibilização e armazenamento de material pornográfico envolvendo menores de idade. A polícia continua a investigar o caso em busca de mais evidências e envolvidos.