Na noite desta terça-feira (1), a Câmara Municipal de Birigui (SP) aprovou por nove votos a favor e três contra a criação de uma Comissão Processante (CP) para investigar o prefeito Leandro Maffeis. O motivo da investigação é a autoria de um áudio veiculado no Facebook, em que é mencionado um suposto “Gabinete do Ódio”, atribuído ao chefe do Executivo.
O pedido de investigação foi protocolado durante o recesso parlamentar pelos advogados da cidade César Augusto Silva Franzói, Juliana Galera de Lacerda, Milton Walcinir de Lima e Tiago da Silva Arielo, juntamente com o munícipe Gabriel Belortti Roldão.
Após a aprovação da CP, o presidente da Câmara, José Luiz Buchalla, realizou um sorteio para definir os integrantes da comissão, que ficaram compostos por Marcos da Ripada, Luiz Roberto Ferrari e a vereadora Dr.ª Osterlaine. Os indicados deverão se reunir posteriormente para confirmar se permanecerão na comissão ou se indicarão substitutos, além de definir a presidência, a relatoria e os demais membros para o início dos trabalhos.
O áudio que será investigado foi transcrito na denúncia e contém uma fala polêmica: “Só acho uma coisa, já venho falando há algum tempo, só que às vezes as pessoas não me ouvem. Eu acho que tem que colocar o Gabinete do Ódio em funcionamento, se a gente continuar alisando, esperando vir alguma coisa, aí quando vir não adianta. Tem que usar o Gabinete do Ódio e começar a mandar recado”.
Os autores do pedido de investigação acreditam que a conduta do prefeito de Birigui pode configurar uma possível infração político-administrativa. Caso seja comprovada a autoria do áudio, poderá configurar uma grave afronta aos princípios implícitos da soberania do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade dos bens públicos, além dos princípios explícitos da impessoalidade e moralidade na administração pública, bem como possíveis crimes de associação criminosa, advocacia administrativa, concussão e outros. O desenrolar da comissão será acompanhado pelo jornal Pô Birigui.